"O que me preocupa não é o grito dos maus.É o silêncio dos bons" Luther King

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Caminhar

Caminhar traz uma boa experiência de observação, todos os dias uma descoberta, mesmo quando o metrô está lotado.
Uma nova perspectiva da cidade e das pessoas, é tudo tão igual e ao mesmo tempo tão diferente.
Percebo no horizonte um conjunto de barracos que não deveria existir, mas que é moradia de alguém, muitas pessoas, lembro do texto Embaixo da Ponte de Drummond.
Um borracheiro diz que sou tímida e penso que deveria falar mais alto, como o professor de canto disse certa vez, não tenha medo da voz.
Eu não deveria ter, estudo palavras desde que nasci e ainda não consigo compreendê-las, é o grande embate da vida.
De certo modo, a rua traz a obrigação de saber me adaptar a diversos tipos de discursos, comportamentos e tentar não perder a mim mesma nessa imensa multidão.
A traquinice de uma criança faz eu lembrar que a criança ainda é criança e precisa brincar, se expressar de modo espontâneo, e que devemos esquecer tudo ao redor e ouvir apenas, se envolver com o momento presente, nas coisas mais mínimas que podem fazer sorrir, sem se importar apenas com o conteúdo de um livro, não somos máquinas e nem totalmente adultos o tempo inteiro.
Ás vezes, sou triste porque nada disso parece ter sentido e para trazer algum sentido decidi escrever, pensei que o silêncio fosse a solução, na maioria das vezes sim, mas por hoje não é.