"O que me preocupa não é o grito dos maus.É o silêncio dos bons" Luther King

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Travail, Famille, Patrie

O governo de Pétain em 1940, na França, substituiu o lema nacional "Liberté, Egalité, Fraternité" por "Travail, Famille, Patrie" na França ocupada por nazistas.
Pode parecer uma comparação, demasiadamente, exagerada, mas não posso negar que vivemos em tempos profundamente críticos que podem ser transformado. É possível traçar um paralelo com o atual governo brasileiro, que em suas propagandas diz: "Não fale em crise, trabalhe" ou deputados que proclamam por sua família e por sua pátria.A pátria sempre entrando como um bem-supremo, mesmo que para isso, seja necessário reinventar as leis para dar suporte a uma mentira.Mas dizia alguém que uma mentira bem contada torna-se uma verdade. Vejo isso ocorrer constantemente, ainda me impressiono.
Eu gostaria de não mais dizer, verbalizar e consigo por um breve tempo, pois, começo a entender que o mundo não necessariamente precisa ser verbal, ele pode acontecer nos grandes silêncios da alma, apesar de tudo isso, algo ainda me impulsiona, talvez, uma breve tentativa de resistência por parte de tudo o que vejo e que tenta de algum modo me influenciar, pois, manter-se como alguém inabalável ainda é difícil para quem não é sábio, mas busca um caminho.
Não quero brigar com ninguém, porque isso quase nunca leva a uma solução, apenas, a embates e disso estou bem cansada. Vou observando e espero que todos tenham humanidade suficiente pensar no próximo, pois, se isto acontece, vejo que não sou melhor ou pior que ninguém, apesar de ter situações econômicas e sociais diferentes, isso não me aumenta ou diminui, devo ajudar indefinidamente e trabalhar não como uma atividade que irá gerar apenas consumo, como uma atividade funcional, e sim para tentar levar um outro caminho, o caminho das rosas (apesar de que haverá espinhos) e da simplicidade com que tanto sonho.

O lema "Travail, Famille, Patrie" não levou a coisas boas, se prestarmos mais atenção a história talvez aprendamos a não repetir erros que levam ao sofrimento. Lembro de um livro do Primo Levi "O que é a vida?", onde o autor tenta registar seu cotidiano para não levar ao esquecimento, para de algum modo registrar o que viveu e tentar gerar alguma reflexão e consequentemente transformações no pensamento, palavras e ações, que são coisas que movem o mundo de algum modo. . .